29 de jun. de 2007


Fragmentando


Hei d escrever-te um dia, amada minha,
Um poema tão louco, q t faça compreender-me d todo.
Dizes q me amas, porém achas Drummond um chato,
Minha rosa daninha, eis q sou um louco, amo esta espera angustiada.
Meu mundo depois d ti é um romance d ficção científica,
E eu q sempre odiei este gênero, eis um dos meus castigos.
Sou príncipe e princesa de um castelo distante q tu nem em sonhos imagina tamanha grandeza.
Mas, uma página adiante, sou apenas um bobo-da-corte a tua espera, amada minha.
Ñ vos deixeis cair em tentação, o mal tem milhões de faces, quase todas simpáticas,
Já eu, minha musa do séc. XXI, sou um antipático adorável,
Tenho na alma uma implicância compulsiva,
Meu medo ñ é a desordem nacional, nem os pecados como insiste aquele cara vestido de Papa,
Minhas razões ñ são mesquinhas, tenho medo é da hipocrisia dos Sistemas e das pessoas, minha adorada,
Acautelai-vos caríssima,
Estas vendo minha deusa mitológica, como misturo td,
Jamais há d entender-me.
Essa mistura q sou, d indignação moral e d amores sem recurso,
Este coração lendário que carrego, pesa-me às vezes tanto ...
A alma vive impregnada dessa vontade de ti,
Vontade q me afoga desejosa de amar-te noite adentro,
Ah se eu já soubesse Latim, musa dos meus delírios, q grande escritor eu seria,
Mas isso perde totalmente a importância qndo vejo seus braços estendidos na minha direção.
Ñ importam-me + minhas rasuras, nem minhas indagações político-religiosas,
Qnto egoísmo tu me fazes nutrir,
Sinta culpa, tu me fazes perder o senso.
E eu sem senso sou nada, um perdedor,
Perdedor perdido nos teus braços, sonhador eterno desse teu tesão alucinante,
As tuas muralhas me prendem,
Sou um louco d amor na tua masmorra d feitiços mil.
Esta masmorra em forma d lábios...
Ñ passo msm d um maluco alucinado, doidão, mto afim d t dar uns pegas,
Estas vendo amor, eu ñ sei ser moderninho, ñ me cai bem,
Meu jeitinho medieval é q t hipnotiza.
Meus poemas sem nexo, sem processo, ofensores da gramática,
Processual p mim é vc, q um dia , há d compreender meus poemas loucos,
Meu amor sem lógica prática, com nexo e sem sexo e com sexo ...
Adorável fada da minha ilusão comedida,
Perdoa-me ser tão confuso aos olhos escuros.
Enqnto a melodia prossegue assim, esperando tua chegada em meus aposentos reais,
Escreverei bravamente destemido.
Ñ me importo, c/ nada q esteja fora do castelo,
Só me comove o teu êxtase,
Opiniões alheias ñ me abalam.
Eu sou assim amada minha, mil perdões...
Sou um romântico irremediável,
Um ser deslocado neste mundo contemporâneo,
Sou um dramático às avessas.
Mas isso tmb ñ faz diferença,
Sou teu.
Princesinha pós-moderna,
Msm q eu redija os versos sem concordância,
Há d concordar q a amo.
Rebeldes e indóceis nós 2, mas incorruptíveis no amor.
Msm q nos esqueçamos à médio prazo,
Restará ainda um fiapo deste vôo,
Achas q faço humor? Ñ, minha flor abrupta.
Eu sou tão realista qnto romântico, e é isto q me mata.
Casamo-nos então sob as estrelas,
Eu qero q a civilização se foda meu anjo,
Ao diabo c/ a retórica e as convenções.
O mundo é cheio de conselheiros meu amor,
Mas no final, o problema é teu, sempre assim.
Suspiro, nem tesão d prosseguir tenho +,
Afinal tu ñ vai me entender ñ é?
Ñ pensa sonho meu, deixa q penso eu,
Faz a tua parte e corre pro meu subterfúgio,
Se joga do arranha-céu e cai na minha história vulgar puríssima.
Qem ama ñ esqece, isso é quase uma ameaça,
Se ñ ama, é condenado, manequim de propaganda, é fumaça.
Minha rosa daninha, amada minha, eterna adorada,
Sou bondoso, tu me faz mau,
Sou cruel, tu me faz bem.
Mas ainda hei d escrever-te, prometo, algo ao alcance da compreensão,
Te espero na província distante dos meus poemas,
Guarda p mim teu corpo, d resto já te tenho toda.
E me perdoa amor, os loucos d amor gostam d sofrer,
Sofrimento dá margem p escrever infinitamente,
Aguarde amor, se encherem o saco, fugiremos,
Meio promíscuo e cafona, mas bonito ñ é?
Vontade d chorar,
Qnto + t amo, + vôo, q agonia.
Ta vendo aqela estrela no céu?
É tua.


JC