7 de jan. de 2008


Dizer! Saber dizer!
Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual!
Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres,
amores supostos e vaidades factícias,
subtergúgios da digestão e do esquecimento,
gente remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra,
sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido.


(27-7-1930 ) in
LIVRO DO DESASSOSSEGO
Fernando Pessoa