25 de jan. de 2008


~ Soneto 92 ~


Faz teu pior pra mim te afastares,

Enquanto eu viva tu és sempre meu,

Não há mais vida se tu não ficares,

Pois ela vive desse amor que é teu.


Por que hei de temer grande traição

Se tem fim minha vida com a menor;

De vida abençoada eu sou, então,

Por não estar preso ao teu cruel humor.


Tua mente inconstante não me afeta,

Minha vida é ligada à tua sorte;

Como é feliz o fato que decreta


Que sou feliz no amor, feliz na morte!

Porém que graça escapa de temer?

Podes ser falso e eu sequer saber.