3 de mar. de 2008


Me nego à decência dos comuns,
dos quotidianos e tributáveis,
das massas manipuláveis e cordatas,
dos espíritos tranqüilos e sem sobressaltos.
Me nego à pureza do pensamento
e à religiosidade da forma correta.
Pois não sou decente e puro.
Sou, antes sim, pestilento, impuro, obsceno;
e trago, na verdade e na ficção,
o desassossego dos que tem fome,
dos que tem sede e dos que nada tem.
Sou obscuro e oblíquo,
mas às vezes nem tanto,
às vezes,
só Obscenum.



Rogério de Moraes