26 de abr. de 2008



Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
O que confesso não tem importância, pois nada tem importância.
Faço paisagens com o que sinto {…}
De resto, com que posso contar comigo?
Uma acuidade horrível das sensações,
e a compreensão profunda de estar sentindo…
Uma inteligência aguda para me destruir,
e um poder de sonho sôfrego de me entreter…




Fernando Pessoa

in O Livro do Desassossego .