25 de ago. de 2008


Talvez eu me ache delicada d+ apenas pq ñ cometi os meus crimes. Só pq contive os meus crimes, eu me acho d amor inocente. [...]. Talvez eu tenha q chamar d "mundo" esse meu modo d ser um pouco d tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se ñ posso amar o tamanho d mha natureza? Enqnto eu imaginar q "Deus" é bom só pq eu sou ruim, ñ estarei amando a nada: será apenas o meu modo d me acusar. Eu, q sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário qero chamar d Deus. Eu, q jamais me habituarei a mim, estava qerendo q o mundo ñ me escandalizasse. Pq eu, q d mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão + inexorável doq eu, eu estava qerendo me compensar d mim mesma c/ uma terra menos violenta q eu. Pq enqnto eu amar a um Deus só pq ñ me qero, serei um dado marcado, e o jogo d mha vida maior ñ se fará. Enqnto eu inventar Deus, Ele ñ existe.




C. Lispectorin
"Felicidade Clandestina"