
"Eu perdi um pouco dessa coisa de humildade.
Aprendi... a aceitar a minha grandeza, a aceitar o fato de ser bom.
Porque te dá um medo filho da puta: ser feliz, medo de amar, medo de ser bom.
Tudo que faz bem pra gente, a gente tem medo.
E eu tô tranquilo, porque ocupei meu lugar e ninguém tasca mais.
Foi o que sempre quis, era meu sonho.
Eu não conto uma histórinha,
é uma coisa de parar e pensar na vida.
Todos os que vivem no lado escuro da vida são pessoas iluminadas
e me sinto mais à vontade
em lugares com pessoas escrachadas do que com as mais finas.
Não tenho vergonha de ser triste.
Eu tenho o lado moleque
mas também tenho o lado
'sentado à beira do caminho soltando bolha de sabão'.
Eu acho que tenho essa ironia, esse deboche sim.
É uma autodefesa, porque as pessoas são fogo mesmo.
Então a gente tem que jogar um pouco com o deboche,
com o cinismo para não se machucar.
Eu acredito no amor eterno.
Ainda vou encontrar alguém para ficar para sempre.
Enquanto isso não acontece...
Um hora aqui, outra ali, no vaivém dos seus quadris...
Namoro muito, sou ciumento, nesse ponto sou muito careta.
Mas estou melhorando, porque a vida é um aprendizado.
Ciúme pode ser até supercriativo, um ciume que dê mais tesão.
Faz-se uma ceninha rápida e,
depois vem um puta tesão pra curtir mais a garota.
Eu fico feliz quando penso que o homem
difere dos bichos e das plantas porque
pode amar sem reproduzir - embora o Papa não goste disso.
O beijo começa tudo; é da boca que vem a relação... a primeira vez
que se entra numa pessoa.
Pra mim, é essencial.
Sexo sem amor dói, mas ao mesmo tempo é ótimo.
Isso me angustia,
mas é a melhor forma de viver. ...sem a nostalgia de um romance.
No fundo é uma escolha essa falta de compromisso.
Afinal, não é todo dia que você encontra sua Yoko Ono.
E enquanto ela não pinta
vou levando na sacanagem.
Mas não consigo encontrar alguém que
me entenda e,
a essa altura, já não sei dividir mais nada...
Eu já venci muitas barreiras,
mas a gente sempre tem outras a derrubar.
Tenho esperança de que vou ser muito feliz,
mais do que sou.
O inferno é aqui.
A cabeça da gente é um inferno.
E essa coisa de "o inferno são os outros" não sei não…
Posso até ser meio ingênuo.
Essa visão de inferno e céu:
eu não vejo o inferno como uma coisa ruim e o céu como bom.
O céu pode ser uma chatice
e o inferno uma coisa divertida.
Às vezes, fico triste,
mas não consigo me sentir infeliz.
Acho que o tédio é o sentimento mais moderno que existe,
que define o nosso tempo.
Tento fugir disso,
pois tenho uma certa tendência ao tédio.
Mas, felizmente, eu sou animadérrimo!
Sou muito animado pra sentir tédio.
Sou animado à beça, qualquer coisa me anima.
Se você me convida pra ir à Barra da Tijuca,
eu já digo logo: Vaaaamos!!!
Qualquer besteira me anima.
Tudo que já passei na minha vida não conseguiu
tirar essa animação.
Procuro as respostas através da vida.
Quando ficar velhinho e morrer,
ninguém
vai mais lembrar deste meu lado."
Cazuza