23 de nov. de 2008


Quero acabar com tudo. Vontade de esvaziar as gavetas. Tacar fogo em todos os papéis. Sair pela janela de manhã. Dar um nome sempre novo, sempre falso. Viver tantos em um só para não morrer nunca. Não morrer assim como morro as vezes quando sou só eu saindo pela porta da frente, voltando pela porta também da frente. Cansei do WELLCOME no tapete. Limpar os pés pra entrar. Tudo tão correto. Quero deixar pegadas sem registro. Digitais sem desenho. Não quero ser lembrado. Não quero ser chorado. Não quero ser uma saudade. Dor sem ferida. Melodia sem pause. Eu quero ser uma alucinação. E abraço sempre as pessoas como se elas fossem uma alucinação. Fica tudo confortável assim.







jc