2 de mai. de 2009

girou a chave na porta. sexta-feira afinal. deixou apenas que um abajur iluminasse a sala. o contraste maximo, sombras conhecidas. mui amigas. atirou, num gesto desinteressado os sapatos para longe. quase um diário ritual de enfim-sós, porém, no singular. ah, a musica clássica. o vinho. brindemos à nossa falta de jeito com a gente mesmo. sim! temos que parar de ouvir aquelas musicas que dizem tudo, tão bregas. e logo são violinos, pianos, harpas, flautas, sempre coisas que combinem com aquela meia-luz, com aquela meia-vida. havia se tornado só demais para ouvir alguem, para telefonar, para beijar corpos, bocas, égos. queria. mas já não era mais tempo. vão-se as chances. ficam as intactas sextas-feiras. fica a taça a mais. fica a flor sem destinatário. porque apesar de muito só. colhia sim, flores para alguem.





jc