Que de algum modo, ou vários, te sinto, não posso te tocar, nem sequer te olhar os olhos mais expressivos do mundo. Mas isso não evita - talvez para o meu azar - que você esteja sempre perto de mim, respirando, sobrevivendo teimosa, passeando pelos meus delírios mais lúcidos, também pelos meus sonhos mais gananciosos, e quem dera, um dia pelas minhas mãos. E te conto, porque não? te grito, te informo, divido contigo a perdição, a loucura, esperança, ilusão, insensatez unica que me permito há anos. Se você me ouve de forma correta, se me entende, se te importa, já é outra questão. Estou aprendendo a não temer as coisas separando-as, mesmo que se atraiam devolta mais tarde ou em seguida, ou que se expulsem ferózes uma da outra qualquer dia e sem remédio voltem ao pó. Por agora estou confessando, ainda que nada em absoluto do que eu diga nos resolva ou te traga até mim.
JC