19 de set. de 2010

(...) São livros (mas podem ser canções, filmes, quadros, peças e, antigamente, até pessoas) que você ama tanto que quer ficar morando dentro dele, dela. Quer ver toda hora. Absorve o jeito do outro, e esse jeito absorvido da coisa pela qual você está apaixonado, você fica aplicando no cotidiano, feito você fosse aquela própria coisa apaixonante. Que nos tira de nós, alarga. 


(...) O que mais justifica e encendeia minha paixão: felizmente, ele não era “normal”. Não era médio, não tinha medo.

(...)Tudo isso só me prova que minhas paixões são semelhantes. Amo tudo que afunda a cara na lama da vida crua e consegue arrancar o belo desse mergulhoso. Todo temeroso, machucado, denso por dentro e cético por fora . . .

(...) Acordo no meio da noite, assombrado por sonhos com velhos amores, e fico repetindo no escuro palavras como: Gentileza, Perdão, Sabedoria, Bondade, Paciência. O dia começa a amanhecer, quando sento aqui e começo a escrever todas estas coisas que também amanhecem. 

(...)



Caio F.