22 de mai. de 2011

(...) vestir os jeans, os tênis, a camiseta, repetir merda bem alto três vezes, como uma espécie de bom-dia.
Olhar a cara branca no espelho do banheiro sem sentir nada, olhos inchados de tanto dormir 

(...) sombras passando na cabeça, esse porão mofado onde caminha sem bússola no escuro, os cabelos continuam caindo, cravos na ponta do nariz, escovar os dentes, 

(...) dói aqui nas costas de tanto dormir e noutro lugar também, mais forte ainda, nem sei bem onde.

(...) não, nenhuma carta, mas de quem, se todos foram embora para Londres, Paris, Nova York, Salvador ou Machu-Picchu. 

(...) mas não, não era assim, em casa um bode mas você saía e via as pessoas e daí esquecia, todo mundo numa boa, agora em casa é um bode, na rua é outro bode, na casa do teu amigo é mais um bode, um pirou, outro morreu...

(...) sabe como é, a paranóia só vem à tona se já existe dentro de você, cara...


(...) 




Caio F.
[Loucura, chiclete & som]