22 de jun. de 2011

Os pés incham, reclamando de andar por caminhos errados. As costas e os ombros doem, implorando pra se livrar de velhos pesos mortos que resisto a enterrar. A garganta seca, entalada de coisas a dizer, que sei, não direi. Jamais direi todas. As pontas dos dedos perdendo as digitais me mostrando que não venho sendo o que planejei ser. A cabeça dói, raiz de tudo. O joelho ruim, impacto demais. As costelas maltratadas por falta de abraços amigos. 
Os braços estão bem, sempre mais fortes, porque é assim que tem que ser. O coração dispara as vezes, e as vezes reduz a marcha, um tanto perdido, metade pó, metade umidade. Os olhos descuidados, coitados, embaçam diante das letras agora, embaralham as palavras e me fazem piscar inúmeras vezes antes de retomar alguma leitura, sem contar que de longe já não distinguem quase nada. 
São detalhes, coisas pequenas, nem todas permanecem assim o tempo todo. Melhoram, pioram, melhoram. A instabilidade reina, comanda o império de um corpo pequeno pra tanta alma, ou seja lá que nome isso tudo tenha. [jc]



"Eu digo
Calma alma minha
Calminha!

Você tem muito 
Que aprender."
[Zeca Baleiro]