9 de jul. de 2011

(...)



Eu tenho vergonha do meu orgulho. Resisto às investidas da alegria, da plenitude, das letras do pop do nosso rádio sempre em sintonia. Não deixo a casca se formar nas minhas feridas, fico cutucando a mim mesmo com vara curta. Eu poderia listar 101 motivos pra gente não acreditar demais numa paixão que existe por acidente e por acidente pode nos deixar na mão, pois sabes, é impossível prever o banal, quedas de avião e caras mais interessantes do que eu.


Mas tudo bem. Tudo bem. Paro de falar, de pensar, de obedecer meus ímpetos caiofernandoabrelísticos e vou ficar aqui, te olhando com cara de bobo e os dentes postos a rir sem parar, sem motivo qualquer, exercitando os músculos atrofiados da minha cara amassada das noites agora bem dormidas. É o que dá pra fazer agora. O que resta é esperar, mesmo que esperar alguma coisa do amor seja o mal do século depois do vírus Ebola e o Roberto Justus cantando.

(...)

Então me ensina. Me fala de cores. De sonhos. Sobre quantas colheres de açúcar. De listas de melhores bandas da última década. Tenho pressa em aprender a te entreter. Sou eu só, contra um mundo de ofertas mais altas que a minha.

(...)

Mas antes que seja tarde, me promete uma coisa: que não vai rir se acaso me fizer chorar. Ok. Pra que não seja mais uma vez tudo igual, que seja do seu jeito.




Gabito Nunes