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Eu tenho vergonha do meu orgulho. Resisto às investidas da alegria, da plenitude, das letras do pop do nosso rádio sempre em sintonia. Não deixo a casca se formar nas minhas feridas, fico cutucando a mim mesmo com vara curta. Eu poderia listar 101 motivos pra gente não acreditar demais numa paixão que existe por acidente e por acidente pode nos deixar na mão, pois sabes, é impossível prever o banal, quedas de avião e caras mais interessantes do que eu.
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Então me ensina. Me fala de cores. De sonhos. Sobre quantas colheres de açúcar. De listas de melhores bandas da última década. Tenho pressa em aprender a te entreter. Sou eu só, contra um mundo de ofertas mais altas que a minha.
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Mas antes que seja tarde, me promete uma coisa: que não vai rir se acaso me fizer chorar. Ok. Pra que não seja mais uma vez tudo igual, que seja do seu jeito.
Gabito Nunes