1 de jul. de 2011

Eu só sabia me perguntar se era mesmo tudo aquilo. Só sabia desejar que você pudesse me engolir feito uma criança engole uma bala; Mais por acidente do que por querer, e depois do susto, não ia ter medo, só ia ter doçura, derretendo devagarinho dentro de você.

Era isso então. O tudo que eu me perguntava tinha uma resposta. Eu me queria dentro de você. Ativo, passivo, afetivo. Queria ser o doce colorido que você ingeriu. Queria que na próxima dose você sempre sentisse por mais e mais tempo o meu gosto, de quem gosta, e muito. E prestasse atenção, se dedicasse àquela aventura gastronômica que era possuir o meu corpo, o meu gemido, a minha safadeza, o meu amor, os meus cuidados. Uma mulher.

Absolutamente promíscuo TER uma mulher como eu. Absolutamente açucarado. Saliva, suor, sangue, mel e beijos de todos os tipos. Eu te amava tanto que me dispunha a tudo pra te completar. Eu precisava te compôr. Eu preciso.

Todo equilíbrio que eu conquistei, arisco num blefe, jogo nos teus braços. Toda dedicação do mundo, do meu mundo, você pode ter o dia inteiro, ou melhor, você pode merecer todo dia.

Mastiga, chupa, morde, suga, goza, ultrapassa! É necessário ultrapassar a mesmice para ter uma mulher como eu. É necessário penetrar, é necessário se abrir, se doar, se deixar ferir, se deixar apanhar, para possuir uma mulher doce assim, contraditória e egocêntrica assim, 
g-o-s-t-o-s-a de tão sádica, assim como eu.

Então me engole. E engole tudo que vem junto comigo. Depois eu te digo, se é realmente tudo isso... que eu esperava.



jc