5 de jan. de 2012

Penso em você. E nunca pensei tão intensamente em minha vida. Desde o nosso último encontro, tudo o que sou se dividiu em dois. Escrevo de um modo que jamais achei possível. Minha caneta arranha a superfície das coisas. As máscaras. E então, tudo vai além disso, ao âmago, na profundeza das sombras, até a substância fria medular. (...) Toco o fundo de minha alma e meus poemas se escrevem sozinhos. Sou como você disse, cru, sangue, vida. E eu também quero estar vivo. 

Garcia Lorca em carta para Salvador Dalí, em "Poucas Cinzas"