1 de fev. de 2012



Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca-grossa da vida.

(Caio Fernando Abreu. Pálpebras de neblina, in: Pequenas Epifanias)