As pessoas. As pessoas assim próximas. As pessoas assim nem tanto. As pessoas, qualquer uma. Elas não entendiam aqueles momentos. Os meus 20 ou 30 minutos de solidão explosiva. Eu ficava perdido e gostava. Tinha silêncio e muita paz por onde meus olhos fechados - ou abertos - vagavam. As pessoas não entendem viu, pode desistir. Mesmo que aconteça com elas mesmas as vezes, elas não sabem viver o encanto desse passeio. Elas não acreditam mais em encantos. Eu gosto tanto de esquecer minhas retinas paradas, direcionadas ao movimento dos galhos, do pássaro pousado sobre o fio de alta-tensão - e ta aí uma cena que representa muito bem a vida - do pôr-do-sol imperfeito, da falta de cor as vezes, dos arco-iris em contraste com o asfalto, das pessoas bobas que fogem da chuva. Eu gosto muito, muito mesmo de viajar no mundo e em vocês. É tão curioso. Caminho lento, e aos poucos vocês somem, umas vozes ao longe, ali fora, me sobra só o mundo. Curioso, voltar de lá e ver vocês todos aqui, sem entender onde estive. Curioso, eu descobrir, e vocês não, aonde é que vocês perderam esse tal de encanto.
jc