16 de jan. de 2009


Minhas dores não brilhavam, não eram purpurinas nem globos coloridos de festas house. Elas não eram páginas de gibi, não eram noticia, não eram celebridades decadentes nem astros imortais. Minhas dores eram mansas como folhas secas esperando um vento, eram tranquilas, xicaras de chá sob o tapete. Estas minhas dores meus amigos, nunca as gritei. Se fosse possivel acarinhava-as. Embalava, ninava. Deixava-as as vezes sozinhas em casa. Não as levava comigo sempre assim como levo. Está certo que as levo compactadas em meus bolsos. Escondidas como senhas ou doenças contagiosas, porque não deixam de ser mesmo doenças alastradas. Acho que, um dia, morro sem entender, porque algumas pessoas usam suas dores como chapéus de verão, colares, argólas, vestidos de gala.
Dores são vermes;
Vermes que muitos pensam, expondo, livrar-se-ão.
Mas não. Nunca.













jc