25 de set. de 2009


"...descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você."





Caio F.

"Quanto a mim, pessoa-espírito, mil maravilhas. Tudo que passei (...) as escuridões do outro lado da mente, me conduziu para muito perto de Deus e da magia."





Caio F.

"Não quero nunca me perder de você (...) astralmente impossível."





Caio F.

"Eu quero parar, eu quero fugir, eu quero voar para onde haja cheiro de infância..."







Rani Ghazzaoui

"Eu sei que nunca mais encontrarei ninguém que inspire uma paixão. Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira. Há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletirmos, não o fazemos. Sei que nunca mais saltarei..."









Sartre

Já está tarde para escrever outro texto. Aí vai então o recado mais rápido do oeste, mas nem sempre certeiro: Falei com a lua hoje, (ridicula que sou) pedi que te transmitisse um pequenino-audacioso-velho-esperançoso-medroso-e-ultimo recado. Obviamente não saberei jamais se foi entregue, obviamente esse texto acaba aqui.




JC

Pó, pó, pó. Ao pó retornará. Para quem escrever? Para quem contar que essa semana pensei muito em suicidio? Não, não, eu não faria, mas pensei muito. É estranho, muito estranho, mas tambem tem a parte engraçada. Ah, não me venham com bobagens sentimentais, a imaginaçao é minha e pode ser engraçado se eu quiser. Por que a vida, a vida é tão chata e triste e humilhantemente imcompetente quando a gente fica cansado, essa coisa, viver o mesmo dia todos os dias, e não ter nada, ter perdido tudo que fazia a droga da vida ter cor, zoom, brilho, contraste e até mesmo crepúsculo.

O tempo vai passar e as coisas vão mudar eu sei, mas estou longe de ser otimista nesses próximos minutos, não esperem que esse texto acabe bem, se precisar pulem esse texto. Andei pensando em fazer terapia. E tambem andei pensando que a porcaria desse blog ta virando um diário de menininha. Claro, ta tudo uma droga mesmo, só podia se refletir aqui. Ai que canseira.

Respirar respirar respirar. Na verdade só queria ser aceita, se me aceitassem todos os problemas virariam nada, tudo ficaria bem denovo. Mas como exigir evoluçao? Nem sei se eu mesma a tenho, afinal estou aqui escrevendo sobre suicidio. Canseira.

Diz o Ju que preciso sair e beber numa mesa de bar, mas caralho, me dei conta de que nem tenho amigos pra fazer esse tipo de programa 'fim de linha'. Mas é bom não ter, sinal de que eles estão bem e de que eu não preciso cuidar deles - não teria mesmo condições nestes ultimos dias.

Minhas mãos quase azuis de frio e energia, tenho essa coisa de energia e blá blá blá; tem algo me dizendo há tempos que vim para esse mundinho pra ajudar as pessoas, e talvez eu tenha começado a trilhar um caminho, mas eu preciso de mais, preciso me ajudar primeiro, preciso de terapia mas não vou fazer, preciso de Deus mas ja não sei dizer, preciso de pai e de mãe mas já não sei pedir, afinal pedir o que, se eles não querem o que eu sou.

Ai que canseira. Morte bem aqui, no coração.

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JC

19 de set. de 2009


Eram exatamente 21:37 quando conclui, hoje, que estou enlouquecendo. Decidi escrever sobre isso apenas como uma tentativa de tirar da cabeça o fato. O telefone tocou, mais uma das ligações estranhas que ando recebendo ultimamente, porém hoje tive certeza que era você, uma corrente de energia tão forte correu pelo meu corpo que só pude pensar ao desligar que estava enlouquecendo ou à beira de uma taquecardia.

Ligou-me para não-dizer, para respirar comigo e esse respirar me disparou o coração de um jeito que não poderei expressar com as palavras, que seja falta de habilidade, de talento ou simplesmente uma daquelas sensações indescritiveis até mesmo para um grande escritor, (detalhe que não é meu caso, óbviamente). Estou em tremedeiras até agora, mais de meia hora depois; Deus o que há comigo? Saudade, loucura, neurose, amor. Tudo? Não sei!

Mas era você. Porque diabos outra pessoa ficaria me ouvindo respirar, levando em conta tambem, que praticamente ninguem com quem me relaciono tem meu numero residencial.

Se loucura não tem hora para começar, estou quebrando esta regra de ouro da psicanalise hoje, agora, aqui, neste dia frio e ensolarado de setembro, no sul do país, com o peito explodindo de solidão opcional, eu canto Rita Lee: " ...Eu juro que é melhor, não ser um normal... "











JC

11 de set. de 2009


Minha condição humana só me permite ter amor e saudades. Mas quisera eu ser qualquer outrem cuja possibilidade fosse a de voltar no tempo... Conto com a dubitável possibilidade de lhe reencontrar alhures, quem sabe um dia... É o que me mantém em pé... E às vezes me falta o ar...





[Desconheço o autor(a)]

7 de set. de 2009


'Por alguns momentos, apenas alguns momentos, é como se houvesse assim uma espécie de esperança, de possibilidade de esperança. Seja o que for, você está quase alcançando. O teu braço está tão estendido que essa parte que junta com o corpo parece que vai rasgar. '





[Caio F.]

"(...) quis beber mais para chorar baixinho repetindo eu não mereço eu não mereço eu não mereço não me deram chance alguma a culpa não foi minha sempre a mesma solidão eu devia estar acostumado (...)"





Caio F.

Escuta, eu tinha esperanças de que a gente, um dia, ia se ver denovo. Depois de todos aqueles erros e esse aprendizado e tantos anos e tanta gente dessas que cansam a inteligencia. Mas tem umas noites em que me desespero e não acredito mais e quase grito e choro e tenho uma vontade grande de me matar em baixo de uma jamanta e talvez encontrar Caio F. Abreu em alguma dimensão. Estou tão louca, louca de amor de sono e solidão. Viciada em lugares barulhentos que não deixam pensar, viciada nesse nunca-mais-outra-vez. Você sabe nao gosto de me queixar para ninguem, parecer chorosa e meio boba e humana demais, então estou escrevendo pra dizer pra alguem que eu penso em você. Muito, penso muito. E a minha cabeça ta pesada de presenças ausentes e dói. Acho que misturei algum remédio com álcool, me desculpe a insanidade, estou escrevendo tão rapido para que as palavras não fujam. Se você viesse um dia eu não deixaria nenhuma janela aberta, ah Deus, porque as coisas fogem.

Sinto o cheiro da pele e do cabelo e vejo detalhes como se estivesse alucinada. Talvez esteja. Tudo que jamais voltaria estava aqui comigo. Me diz se ter um pensamento desses é normal? Sal grosso, arruda, nem todo alecrim do mundo faria uma noite como essa ter boas vibrações, preciso que venhas, o que importam a esta altura todas as energias cósmicas do universo. Estou longe, e quer saber, tomara que você esteja sofrendo horrores também. Tomara, mesmo.
Estou bêbada, acelarada, sarcástica, teatral, embora nem fosse preciso. Gostaria de ver o mar com você um dia, era seu sonho, lembra? Puta merda! Quanta vida desperdiçada! E olha que eu nem gostava tanto assim da idéia, sempre fui uma chata, dessas, que preferem chalés na montanha. Mas não importa, nunca importou, estar com você é que era tudo. Tudo absoluto. Me liga um dia, se puder, se quiser ainda. Por favor, queira. Aqui para onde estou me mudando faz tanto calor, não fosse você tenho certeza que seria impossivel sofrer por aqui. Mas você se lembra, a minha velha chatice, sempre gostei de frio. Deixa pra lá. Não tenho tanto tempo, depois de escrever tenho um compromisso.

Fico pensando as vezes, por onde você anda, se sorri mais hoje em dia, se chora as vezes, se pirou como eu, se casou, separou, virou amante de alguem perigoso, nossa! penso tanto em você que dá até tempo de imaginar bobagens assim. Tenho esse amor quieto no fundo, e mesmo quando acompanhada me sinto sua. Ridículo não é? Tenho sorte de saber disfarsar quando preciso muito de companhia, porque você sabe bem, a gente precisa, as vezes, mesmo que seja inutil. Sonhei com você, fiquei tão feliz, tão. Não, não sonhei acho que tive uma vertigem enquanto tentava levantar da cama, ou uma tontura, ou nossos pensamentos se cruzaram no infinito, 5:19 da manhã, pura magia.

A vida mudou tanto, pra melhor, graças à God! não fosse é claro tudo isso que falei. Já te contei que ainda tenho uma foto sua? e aquelas coisas que você me deu? mas gosto mesmo é da foto, a unica, as vezes parece meio nublada de tanto olhar. Estou tonta desse amor não dado, tesão contido, maus orgasmos por nunca ser contigo. Inferno essa coisa de amor! Inferno! Queria que você dissesse alguma coisa. Diga diga diga. Diga alguma coisa.

Flash-back Flash-back Flash-back! Principalmente quando chove, e chove sempre. Mas não vem ao caso. Ah, tão Maduro & Equilibrado. Tudo superado, sob controle. Mas era difícil mesmo assim. Eu nem pensava mais em sacanagem como antes. Pode rir. Só queria ficar perto, deitar abraçada com alguem. Na mesma cama. Só abraço, bem apertado. Ridículo, ridículo. Acho que sem sexo era mais fácil imaginar que era você. Mas com sexo, com sexo não dava porque nunca era igual, parecido, nunca era. Estou bêbada e posso ser vulgar: depois de você fiquei quase um ano completo sem DAR. Patético, patético. Mas eu não queria mesmo. Sei que parece invensão, mas não é. Que merda, estou histérica, pareço até superchapada, supercheirada, mas nem uso isso, tu sabe. Não consigo esquecer. Sei que é lamentável.
- Você tinha uma namorada, não tinha? De aliança, sofá e tudo. Achei bom, achei bom mesmo, estou sendo sincera. Sempre te quis feliz, tu sabe. Tinha uma música, não tinha? Sei que sim, isso é bem coisa sua. Me lembrei agora que muitas vezes nos comunicamos pela musica, eu e você, mas depois, você namorando, eu não sabia mais se alguma daquelas musicas eram pra mim. Porra! Angustiante!

Tão esquisito, algumas coisas, mas não se justifique, nós so tinhamos vinte e poucos anos. A gente se abraçava com força. Com muita força. Durante muito tempo. Eu me lembro que eu tremia. Nos beijamos muito, tanto. - E hoje por mais risos e beijos e carinho e, compreensão mútua e ma-tu-ri-da-de. Por mais apaixonado, por mais legal. Para mim, nunca mais foi amor. Troco tudo para encontrar denovo você no meio duma praça.

Não tem importância não ter dado muito certo. - Repito: - Nós só tínhamos vinte e poucos anos. Respiro fundo. Tenho milhões de memórias. Ah amor... (...) ... (...) ...
Suspendo todos esses pensamentos, anos luz em postura de meditação, preciso voltar à tona. São muitos os compromissos. Ocupar a vida sem você aqui, dá um trabalho danado.


JC


3 de set. de 2009


'...suspirei exausto, bem-aventurados os doidos de pedra.'





[ Caio F. ]

2 de set. de 2009


Aquilo que me dizem o tempo todo, quando reclamo de meus amores que não passam de semanas e de minha solidão. Que escrevendo, fica difícil. Que sendo assim, fica difícil. Que com meu egoísmo fica quase impossível. Meu jeito crítico ou não mocinha ou não delicado ou agressivo, nunca sei. Fica difícil. E então e então e então.



Tati Bernardi.