31 de jan. de 2009


"Afasto todas as coisas e pessoas que me afastam de escrever."








cfa

27 de jan. de 2009


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Te incomoda agora todos os jogos raivosos que jogamos?
Te incomoda agora quando eu não estou lá?
Eu te amo do mesmo modo que você me ama.
É tarde.
Não pense mais em mim.
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Eu andei por ai de manhã, pensei em escrever uma canção. Mas vc sabe, não é muito a minha cara . . . Andei por ai pensando no passado, se ainda tenho raiva ou não. Mas vc sabe, não é muito a minha cara. À noite eu pensei, eu desejei, levar um estranho para casa comigo. Mas vc sabe, não é muito a minha cara. E essa felicidade assim fácil, tu sabe, não é muito a minha cara.








jc

Eu não estou apaixonado.
É apenas um pensamento, só um pensamento.
Não ocupe seu coração comigo querida.
Ele é só um escudo meu.









jc

19 de jan. de 2009



por Millôr Fernandes




Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta.


Não quer sair comigo? Então foda-se!.
Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!.


O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.


Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende?
No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!.


O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.


Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba… Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.


E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!. Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

Eu sempre quis ser uma pessoa assim tranquila, e sem você aqui eu tô sendo sabe. To batalhando uma paz tão concreta. Tenho tempo pra respirar fundo, pra sentir esse vento dentro e fora. Tendo tempo pra olhar as cores, as pessoas e o céu. Uso menos o celular e todas esses meios de comunicação que eles dizem que libertam a gente, 'rá!' libertam porra nenhuma né. Tô tão menos cansado sabe, tão completo assim "sozinho". Nunca pensei o quanto isso poderia ser bom pra mim. Agora penso, penso e repito todos os dias como se fosse um mantra.

Sabias as palavras que eu guardei na memória, elas ecoam a voz do meu pai, dizendo firme: quando alguem não te fizer bem se afaste, nem brigue, nem ignore, apenas se afaste.

Tem tanta coisa que ele me disse que só hoje eu tô aproveitando, ou só hoje eu tô entendendo.

Talvez as relações sejam mesmo coisas assim, que você precisa assimilar com a mente, o corpo e a alma em conjunto harmônico. Se um deles destoa não há mais a musica. Silenciam as harpas não é mesmo?

Mas eu to aprendendo a colocar outros discos na vitrola entende mãe, ( é, me lembrei de vc ) eu sempre quis que você mudasse a sinfonia tambem mãe, que vc dançasse outras musicas, as novas sabe, eu me sentia infeliz de ver o passado desenhado no seu rosto, tatuado como notas musicais eternas. Ah mãe, as notas são sete. Você me fez aprender. De um jeito assim sem palavras, mas tão eficaz quanto.

Tô numa boa agora, sorrindo demais, porque ta tudo fluindo, tudo dando certo, coisa que não se pode esnobar hein! Lembrei de vocês assim no meio desse blábláblá porque eu queria agradecer, não só as coisas boas, mas agradecer os ensinamentos tambem, talvez, não sei bem, seja tarde demais pra fazer isso no plano terrestre, afinal, esses meus textos...quem os lê? Vcs não lêem de certo, entao agradeço assim, em segredo, no plano astral, pelas vidas todas, obrigado.















jc


16 de jan. de 2009



As pessoas. As pessoas assim próximas. As pessoas assim nem tanto. As pessoas, qualquer uma. Elas não entendiam aqueles momentos. Os meus 20 ou 30 minutos de solidão explosiva. Eu ficava perdido e gostava. Tinha silêncio e muita paz por onde meus olhos fechados - ou abertos - vagavam. As pessoas não entendem viu, pode desistir. Mesmo que aconteça com elas mesmas as vezes, elas não sabem viver o encanto desse passeio. Elas não acreditam mais em encantos. Eu gosto tanto de esquecer minhas retinas paradas, direcionadas ao movimento dos galhos, do pássaro pousado sobre o fio de alta-tensão - e ta aí uma cena que representa muito bem a vida - do pôr-do-sol imperfeito, da falta de cor as vezes, dos arco-iris em contraste com o asfalto, das pessoas bobas que fogem da chuva. Eu gosto muito, muito mesmo de viajar no mundo e em vocês. É tão curioso. Caminho lento, e aos poucos vocês somem, umas vozes ao longe, ali fora, me sobra só o mundo. Curioso, voltar de lá e ver vocês todos aqui, sem entender onde estive. Curioso, eu descobrir, e vocês não, aonde é que vocês perderam esse tal de encanto.

jc


Minhas dores não brilhavam, não eram purpurinas nem globos coloridos de festas house. Elas não eram páginas de gibi, não eram noticia, não eram celebridades decadentes nem astros imortais. Minhas dores eram mansas como folhas secas esperando um vento, eram tranquilas, xicaras de chá sob o tapete. Estas minhas dores meus amigos, nunca as gritei. Se fosse possivel acarinhava-as. Embalava, ninava. Deixava-as as vezes sozinhas em casa. Não as levava comigo sempre assim como levo. Está certo que as levo compactadas em meus bolsos. Escondidas como senhas ou doenças contagiosas, porque não deixam de ser mesmo doenças alastradas. Acho que, um dia, morro sem entender, porque algumas pessoas usam suas dores como chapéus de verão, colares, argólas, vestidos de gala.
Dores são vermes;
Vermes que muitos pensam, expondo, livrar-se-ão.
Mas não. Nunca.













jc

6 de jan. de 2009


Deus, por que não me procuras?






Cazuza

4 de jan. de 2009


Acordo hoje com aquela vontade de renovação que a gente sente quando o mundo despencou e as pessoas não são mais as mesmas. Acordo hoje descobrindo a sujeira da vida. Acordo hoje fazendo seleções de todos os aspectos. Explodindo o que ainda me restava de sentimental. Acordo multiplicado de cansaços. Diminuido de confianças. Porém somado de mim mesmo. Hoje acordo com muito mais de mim pela casa. Muito mais de mim para mim. Essa parte você ja deve ter compreendido: se há menos de mim disponivel pelo mundo, sobra mais. De hoje em diante fico acordado para sempre, pois se vc dorme eles te ferem. Eles matam o monstro e leiloam suas histórias. Por favor, permaneça acordado, permaneça o mais que puder. Não deixe que braços te embalem desejando te adormecer. Não deixe. Hoje eu acordo meu para sempre.











jc

2 de jan. de 2009


Ele não soube me perder pra ele mesmo, então matou, matou a minha alma numa vingança torpe. Mas tá tudo bem viu, mesmo. Quem mata uma alma é pq ja enterrou a sua no meio do lixo hospitalar de alguma maternidade do mundo. E tão serena quanto antes a minha alma voltará. Curada para sempre da escuridão do pseudo-amor.





jc



Respire fundo meu bem, essa esperança que te esmaga hoje, nesses primeiros dias do ano, tambem vai passar. Eu prometo. Regressa então teu mundo vão. Depois vem o carnaval, mas esse não dá esperança não, esse é só mais um anestésico, desses que Deus colocou espalhados pelos 365 malditos dias.










jc