Deve ser o nosso jeito de sobreviver – não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem.
Lya Luft
30 de jul. de 2010
29 de jul. de 2010
Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes.
Tati Bernardi
Tati Bernardi
28 de jul. de 2010
“Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.”
Tati Bernardi.
Tati Bernardi.
Tenho andado muito de ônibus. Sento na janela e fico olhando o povo: é tristíssimo. Nunca vi antes caras tão amargas. E pobres, muito pobres. Dói de ver. E não se pode fazer nada. Tenho feito fantasias inconseqüentes de ir morar no interior. Um dia, quem sabe. São Paulo estrangula aos poucos, e te rouba energia, e não te repõe.
- Caio F. Abreu in “Cartas”
- Caio F. Abreu in “Cartas”
Eu descobri que a gente morre. Eu sei agora que a gente morre. E achei feio, achei tristésimo, achei o corpo humano tão frágil, tão perecível. Fiquei doente, estou fraco, frágil, choro pelos cantos. (…)E escolhendo não morrer, escolhendo continuar, de uma forma ainda meio cega, tortuosa, não-racional.
(…)
Porque chega uma hora em que você tem que escolher a vida. Eu talvez não saiba bem ainda o que isso significa, mas é claro para mim que a hora dessa escolha é agora, está acontecendo.
(…)o impulso para amar, para encontrar e conhecer e mergulhar no outro, é o que nos traz para perto da vida. E é por isso que quando se está de braços abertos, se está dando as costas para a morte. Ou deixando, calmamente, tão calmamente quanto possível, que ela venha a seu tempo — porque fatalmente virá.
O que acontece comigo é que eu tinha andado de braços fechados. Sem perceber.
- Caio F. Abreu in “Cartas”
(…)
Porque chega uma hora em que você tem que escolher a vida. Eu talvez não saiba bem ainda o que isso significa, mas é claro para mim que a hora dessa escolha é agora, está acontecendo.
(…)o impulso para amar, para encontrar e conhecer e mergulhar no outro, é o que nos traz para perto da vida. E é por isso que quando se está de braços abertos, se está dando as costas para a morte. Ou deixando, calmamente, tão calmamente quanto possível, que ela venha a seu tempo — porque fatalmente virá.
O que acontece comigo é que eu tinha andado de braços fechados. Sem perceber.
- Caio F. Abreu in “Cartas”
Prepare- se: vou falar Coisas Duras. Na minha sincera, desinteressada e afetuosa opinião de quem quer te ver feliz: tua relação com o Ernesto não existe da maneira como você pensa. Eu me atrevo a achar. Luciano, desguia, entra noutra, arruma um namorado novo, gatinho sem problemas, que dê cama & carinho. E simples e gostoso. Por que não? Não se puna. Não finja que-os-problemas-foram-superados-e-tudo- está-num-ótimo-astral. Chama uma Ro-Ro, vira a mesa de vez e parte pra outra. Você, como qualquer ser humano, precisa de amor — e como ser humano legal e especialíssimo, merece amor de uma pessoa bonita.
Caio F. Abreu in “Cartas”
Caio F. Abreu in “Cartas”
Faz tempo tenho problemas com Sampa — barulhenta, pouco saudável, solitária, amarga. Agora decidi. Não dá mais. Há uns seis meses praticamente não saio de casa, detesto tudo, perdi o contato com as pessoas, fico vivendo uma vida toda pra dentro, lendo, escrevendo, ouvindo música o tempo todo. Daí, então, vou em busca de um pouco de Sol (em todos os sentidos). Faz tempo que me mexo sem parar. No momento, estou reduzindo tudo que tenho (uma casinha cheia de coisas, coisas inúteis, mas gosto delas) a no máximo duas malas.
- Caio F. Abreu in “Cartas”
- Caio F. Abreu in “Cartas”
"Tem dor que vira companhia. Olhando de perto, faz tempo que deixou de doer, só tem fama, mas a gente não solta. Quem sabe, pelo receio de não saber o que fazer com o espaço, às vezes grande, que ficará desocupado se ela sair de cena. Vazio é também terreno fértil para novos florescimentos, mas costuma causar um medo inacreditável. Quando, finalmente, criou coragem e deixou de dar casa, comida e roupa lavada para a tal dor, ela desapareceu."
Ana Jácomo
Ana Jácomo
"Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
Ana Jácomo
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