19 de jun. de 2013

"—Você quer transar?
— Não, na verdade. 
— Você não gostou de mim?
— Gostei. Você tem uma feição bonita. Seu corpo é maravilhoso, até onde consegui ver. Adorei seus pés, são pequenos e bem cuidados. Seu cheiro é gostoso, também.
— Obrigada. Mas?
— Sei lá, não estou mais a fim. Acho que eu estava me sentindo meio solitário, meu telefone não tem tocado muito ultimamente.
— Você vai pagar pra alguém falar contigo, é isso?
— É. Acho que sim. Patético, eu sei. É que, atualmente, encontrar alguém pra trepar anda mais fácil que alguém disposto a escutar você. No futuro sua profissão será extinta, e nas esquinas haverá pilhas de gente com bons ouvidos, anunciando uma hora de papo por cinquenta contos. O cafuné será o novo boquete."



Gabito Nunes.


"...você tinha um medo engraçado e subitamente agarrava meu braço como se eu não estivesse tão desamparado quanto você." 




[CFA in, Do outro lado da tarde.]


“Prezado Professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver. Câmaras de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética só são importantes se fizerem nossas crianças mais humanas.” 




— Texto encontrado após a Segunda Guerra Mundial, num campo de concentração nazista.
“Quando a verdade de outra pessoa fecha com a sua, e parece que aquilo foi escrito só para você, é maravilhoso.”

Bukowski
Depois de um tempo, descobri mesmo o que era dor. Dor não era apanhar de desmaiar. Não era cortar o pé com caco de vidro e levar pontos na farmácia. Dor era aquilo, que doía o coração todinho, que a gente tinha que morrer com ela… Sem poder contar para ninguém.



- meu pé de laranja lima.


"A dificuldade - eu poderia dizer - não é aquela de encontrar uma solução, mas em vez disso é aquela de reconhecer como a solução algo que parece como se fosse apenas uma preliminar para ela. "Já dissemos tudo. - Não algo que se siga disso, não, isto é a solução!" Isso está conectado, eu acredito, com nossa errônea expectativa de uma explicação, ao passo que a solução da dificuldade é uma descrição, se damos a ela o lugar correto nas nossas considerações. Se nos atemos a ela, e não temos ir para além dela. A dificuldade aqui é: parar."

--Wittgenstein
“Minha solidão tomou proporções enormes. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinação mais cansativa. As horas batiam de século a século, no velho relógio da sala, cuja pêndula, tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade.”

(O Espelho - Machado de Assis.)

6 de jun. de 2013

"A dificuldade - eu poderia dizer - não é aquela de encontrar uma solução, mas em vez disso é aquela de reconhecer como a solução algo que parece como se fosse apenas uma preliminar para ela. "Já dissemos tudo. - Não algo que se siga disso, não, isto é a solução!" Isso está conectado, eu acredito, com nossa errônea expectativa de uma explicação, ao passo que a solução da dificuldade é uma descrição, se damos a ela o lugar correto nas nossas considerações. Se nos atemos a ela, e não temos ir para além dela. A dificuldade aqui é: parar."

--Wittgenstein