4 de mar. de 2008


Eu quero saber mais sobre alguma conspiração a respeito da teoria que defende o uso da palavra como o melhor método de comunicação.
Eu quero me rebelar contra Aurélio, Pasquales, Saussures por me deixarem numa busca incessante e vã de um vocábulo que talvez nem exista.
À sombra de qualquer pensamento, agilizo papel e caneta, mas na primeira lembrança daquele par de olhos todas as frases formuladas vão-se como sacos ao vento,
e eu fico ali, me sentindo um semi-analfabeto que poderia escrever uma dissertação sobre robótica ou fazer uma biografia sobre um terrorista árabe, mas que se perde ao falar daquele assunto que mais se quer falar.
Acabaram-se, então, as tentativas de tornar frases simples em pseudo-frases de efeito,
ou fingir ter um vocabulário rebuscado,
com polissílabas cheias de vogais e consoantes, usar de hibridismo e neologismo.
Acabaram-se as linhas, as estrofes, o parágrafo.
Jogue todos os seus papéis fora e esqueça todas as palavras que você aprendeu até aqui.
Reserve uma caneta com tinta suficiente para dois.