16 de jan. de 2009



As pessoas. As pessoas assim próximas. As pessoas assim nem tanto. As pessoas, qualquer uma. Elas não entendiam aqueles momentos. Os meus 20 ou 30 minutos de solidão explosiva. Eu ficava perdido e gostava. Tinha silêncio e muita paz por onde meus olhos fechados - ou abertos - vagavam. As pessoas não entendem viu, pode desistir. Mesmo que aconteça com elas mesmas as vezes, elas não sabem viver o encanto desse passeio. Elas não acreditam mais em encantos. Eu gosto tanto de esquecer minhas retinas paradas, direcionadas ao movimento dos galhos, do pássaro pousado sobre o fio de alta-tensão - e ta aí uma cena que representa muito bem a vida - do pôr-do-sol imperfeito, da falta de cor as vezes, dos arco-iris em contraste com o asfalto, das pessoas bobas que fogem da chuva. Eu gosto muito, muito mesmo de viajar no mundo e em vocês. É tão curioso. Caminho lento, e aos poucos vocês somem, umas vozes ao longe, ali fora, me sobra só o mundo. Curioso, voltar de lá e ver vocês todos aqui, sem entender onde estive. Curioso, eu descobrir, e vocês não, aonde é que vocês perderam esse tal de encanto.

jc